USIMINAS - Resultado 2º trimestre/2017 e Revisão de Preço
Resultados favoráveis com forte geração de caixa
A Usiminas apresentou resultados positivos para o 2T17 - confirmando nossa visão otimista na tese de investimento da empresa - e acima das nossas expectativas em termos de geração de caixa.
Um aumento de volume vendido junto com preços mais altos contribuíram para um melhor EBITDA no período, que chegou a R4 750 milhões, +41% t/t e 68% acima das expectativas do BB-BI, reafirmando a fase positiva que a companhia entrou.
Apesar do momento difícil que a indústria siderúrgica vem passando nos últimos anos devido ao excesso de capacidade advindo principalmente da China, além da desaceleração econômica observada no Brasil nos últimos dois anos, o pior parece ter passado e, após ajustes em várias frentes, os mercados parecem finalmente terem se acalmado.
No fronte internacional, uma onda de medidas antidumping tomaram a cena, tornando difícil exportar para muitos dos mercados consumidores, como EUA e, agora, Europa. Nem por isso os preços para alguns produtos, como laminados a quente e aço-carbono, deixaram de subir e estão agora mais perto de patamares de 2014.
De acordo com a WSA, a produção de aço no 1S17 subiu 4,3% a/a, mas as exportações chinesas no mesmo período caíram 28,4% a/a para 41 MT, dando um fôlego à indústria para reagir.
No Brasil, o crescimento na produção de aço bruto foi de 19,5% a/a no 1º semestre/2017. Em junho, as vendas de aço plano no Mercado Interno (MI) subiram 9,7% a/a, principalmente estimulada pelo segmento automobilístico que tem crescido, sobretudo, nas exportações de veículos leves.
Há também expectativa de aumento no consumo aparente de aço em 1% para o ano no mercado doméstico.
A indústria brasileira parece estar reagindo, especialmente em função das mudanças estruturais e cortes na taxa de juros, apesar das incertezas políticas em curso.
Concluindo, considerando os pontos acima mencionados e com o intuito de incorporar as melhores perspectivas para a companhia, decidimos revisar nosso preço-alvo 2017 para USIM5 para R$ 6,00, mantendo a recomendação de Outperform.
Resultado consolidado.
As receitas no trimestre totalizaram R$ 2.569 milhões, +9,3% t/t e +26,7% a/a. Por outro lado, CPV vieram maior que o 1T17 como percentual da ROL e a margem bruta caiu para 14,9% contra 30% no trimestre anterior.
As despesas operacionais somaram R$ 15,6 milhões e foram impactadas por
(i) reconhecimento de R$ 201 mn de receitas vindo do acordo com a Porto Sudeste,
(ii) resultados positivos de venda de energia,
(iii) menor despesa de provisão para contingência,
(iv) maiores créditos de impostos e
(v) maior resultado do Programa Reintegra.
O resultado foi um aumento de 41% t/t no EBITDA, que ficou em R$ 750 milhões. Excluindo o efeito não-recorrente do acordo com a Porto Sudeste, o EBITDA teria sido de R$ 550,1 milhões (+4,1% t/t).
Segmento de aço: volumes maiores e EBITDA forte.
O volume vendido somou 990 kt (+6,5% t/t e +10,1% a/a), principalmente impulsionado pela performance de chapas grossas e galvanizados que cresceram 12,5% t/t e 15,6% a/a e 10,8% t/t e 2,4% a/a, respectivamente.
As receitas subiram 11% t/t para R$ 2.458 mn devido aos aumentos de preços e volume maior exportado (15% do total contra 11% no trimestre anterior). O EBITDA, então, somou R$ 498 milhões (+7% t/t) e representou 66% do EBITDA total no período.
Segmento de mineração: menor volume vendido, porém mais por vir.
O volume vendido caiu 2% t/t para 629 kt, contra nossas expectativas de melhora no segmento. As receitas somaram R$ 89,1 milhões (-18% t/t) impactadas por menores preços e volumes do MF. Em maio, a companhia firmou um acordo com a Porto Sudeste e o impacto foi um pagamento de R$ 205,1 milhões para a Usiminas, já contabilizado neste trimestre.
Assim, o EBITDA do segmento chegou a R$ 226 milhões contra R$ 52 milhões no 1T17. Com melhor demanda, esperamos que este segmento cresça em volumes vendidos para os próximos períodos.
Resultado Financeiro e endividamento.
A dívida bruta permaneceu em R$ 6,949 milhões, 1% acima do 1T17, basicamente justificada pela variação cambial. Já a dívida líquida ficou em R$ 4,998 mn. Devido a uma geração de caixa mais forte, o índice dívida líquida/EBITDA reduziu para 2,8x, contra 3,9x no 1T17.
Os resultados financeiros somaram negativos R$ 171,3 mn e foram impactados por perdas com variação cambial devido a depreciação do real frente ao dólar, mas foi parcialmente compensado por taxas menores de juros. O lucro líquido fechou em R$ 175,7 milhões, contra R$ 108,3 milgões no 1T17.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do resultado da USIMINAS no 2º trimestre/2017, elaborado por GABRIELA E. CORTEZ, Analista Senior, da equipe do BB Investimentos